Mapa da Alemanha

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

A vida em Wiesbaden

Bom, chegou a hora de falar um pouco sobre como é viver aqui na Alemanha. Vou falar das minhas experiências aos poucos, começando pela minha casinha! Eu moro numa espécie de moradia estudantil e divido um apartamento com mais uma pessoa. Há, portanto, dois quartos (bem grandes por sinal - cerca de 16m² cada), um banheiro e uma mini cozinha. Eu tive bastante sorte quanto à minha roomate...ela é um amor de pessoa. Ela é grega, mas está aqui na Alemanha há 4 anos, e estuda música (ela toca piano - eu fui assistir uma aula dela - muuuito legal). Ela fala alemão e um pouco de inglês, mas conseguimos nos comunicar bem. No primeiro dia que eu cheguei aqui, ela me ajudou bastante: tive que comprar roupa de cama e edredon e ir ao supermercado e ela foi comigo. Como boas vindas, me pagou um lanchinho! Além disso, você precisa comprar todos os utensílios de cozinha, mas como ela já tem grande parte, eu só precisei comprar algumas panelas (sim, é um saco, você tem que comprar tudo - prato, talheres, copos, panelas etc.). Ademais, ela tem uma torradeira e um forninho, o que facilita bastante a vida, pois o fogão é elétrico e não temos microondas.




Ana, minha roomate


Eu gosto bastante da minha casinha, embora sinta falta de uma tv de vez em quando! Mas como tenho internet, dá pra me distrair bastante, baixar alguns filmes e seriados, ouvir música etc. Eu moro no primeiro andar e da minha janela só vejo árvores e verde (bem diferente de São Paulo). Aqui é um bairro bem tranquilo e cheio de casas muito bonitas, com aquelas cerquinhas bem baixinhas. Que sossego! Uma coisa que eu adoro aqui é que em todos os aposentos temos aquecedores. Pelos menos dentro de casa não passo frio porque na rua a coisa tá feia. Faz duas semanas (desde meados de setembro) que não sei mais o que é sair de casa sem luva, cachecol, duas blusas ou mais e olha que o outono mal começou. Fico imaginando quando o inverno chegar...Tschüss.

Banheiro

Meu quarto

Vista da minha janela


** Curiosidades **
Se um dia você vier para a Alemanha, aqui vai uma dica: nunca jogue fora as garrafas pet de água ou de qualquer outra bebida, pois elas valem dinheiro! Quando você compra água, por exemplo, você paga uma espécie de caução (eles chamam Pfand), por usar a garrafa; depois, basta ir nos supermercados e procurar o local para devolver as garrafas, que eles devolvem a caução, normalmente em torno de 0,50 euro. Um modo muito prático de forçar as pessoas a reciclarem esse tipo de material.

sábado, 20 de setembro de 2008

Würzburg

Saí de Rothenburg e cheguei em Wüzrburg lá pelas 18h. Estava um pouco aflita, pois não tinha reservado hostel. Peguei um mapa da cidade na estação e lá fui eu procurar o Hostel da Juventude. No caminho, fui vendo mais ou menos a cidade, que pareceu muito bonita, por sinal. Encontrei o hostel e para a minha felicidade, fiquei num dormitório sozinha (era pra 6 pessoas), pois como havia imaginado, não tinha muita procura. O hostel fica no pé do morro que leva ao castelo.


Hostel (quarto só pra mim)
Hostel e o castelo acima



No dia seguinte, acordei cedo para aproveitar melhor o tempo. Tomei um belo café da manhã (incluído no preço da diária) e fui desvendar a cidade. Ela é cortada pelo rio Main e tem uma ponte que parece a Charles Bridge, de Praga, só que menorzinha. Visitei o Residenz, um grande palácio considerado patrimônio histórico pela Unesco. Novamente, não pude tirar fotos no ambiente interno, o que é uma pena, pois um dos aposentos, o quarto dos espelhos, é simplesmente fantástico, de deixar o queixo caído: há espelhos por todos os lados e a decoração é toda feita em ouro...você fica até um pouco tonta! Mas antes de chegar nessa parte, tenho que contar algo muito engraçado: assim que entrei no castelo, vi que havia vários grupos com seus guias. Estava passando por um e percebi que a guia falava em espanhol. Me aproximei para ouvir a explicação, gostei e resolvi discretamente seguir o grupo. Mas logo fui descoberta (também, era um grupo só de velhinhos!), pois percebi uns olhares nada amigáveis. A guia falou comigo e disse que tudo bem acompanhá-los, mesmo porque tem algumas salas que você só pode entrar com guia, e eu segui com eles. Ela era realmente boa e depois teve alguns velhinhos que puxaram conversa e foram bem simpáticos. Eu me diverti muito...dava risada sozinha e ignorava a cara feia de alguns (eles eram de Barcelona). Depois disso, fui me deliciar com aqueles jardins incríveis.


Ponte parecida com a Charles Bridge

Residenz

Jardins



À tarde, queria ir na Decathlon, comprar algumas roupas de frio, que aqui são mais baratas. O problema era chegar até lá, já que fica um pouco afastada da cidade. Consegui descobrir o número do ônibus, mas não sabia em que ponto descer. Não teve jeito: perguntei em alemão mesmo para um senhor que estava no ponto, mas ele não sabia. Olhei mais ou menos um mapa que tinha no ponto e perguntei para o motorista e ele confirmou. No final, deu tudo certo. Fiquei feliz, pois consegui falar e entender em alemão. Pelo menos isso. Já no finalzinho do dia, fui visitar o castelo. O caminho para se chegar nele é muito interessante, pois ele é rodeado de videiras. Depois de uma boa caminhada, você chega no castelo. Como fui um pouco tarde, a parte interna já estava fechada e então aproveitei para curtir o sol e a paisagem...lindo demais! É...acabou-se o que era doce. Agora vai demorar um pouquinho até a próxima viagem. Nas próximas postagens, contarei um pouco do meu dia-a-dia em Wiesbaden, mostrarei minha casinha, a facu e a cidade. Tschüss.

Caminho para o castelo

Vista da cidade



quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Uma pequena parada em Rothenburg

Quando eu decidi ir pra Munique, tinha planejado na volta passar em Stuttgart. Porém, durante minha estada em Munique, mudei de idéia, pois com o Bayern-ticket eu poderia viajar para qualquer cidade desse estado por 19 euros. Eu queria visitar Würzburg e olhando no mapa, vi que Rothenburg ob der Tauber ficava no meio do caminho. Então pensei: saio cedo de Munique e passo o dia em Rothenburg e depois vou pra Würzburg. E tudo por apenas 19 euros (as viagens de trem!). E foi justamente o que fiz.
Uma das entradas para o centro antigo

Parte da muralha que envolve o centro


Eu já tinha ouvido falar de Rothenburg e sabia que era uma cidade medieval, pequena e muito bonitinha. Depois de mais ou menos 3 horas de viagem, cheguei na estação de trem, deixei meu mochilão no locker (muito, muito prático, pois você coloca 1 euro e pode deixar por 24 horas), peguei um mapa da cidade e lá fui eu me aventurar por Rothenburg. E que cidade admirável! Todo o centro antigo é rodeado pelas antigas muralhas e é super divertido, pois você pode andar por elas e quase que contornar a cidade. Sem falar das típicas casas alemãs, com aquela famosa arquitetura (enxaimel), que eu achei que veria em qualquer cidade, mas não é tão fácil encontrá-las. E o doce típico, o Schneeballen? É uma espécie de biscoito caseiro em formato de bola de neve, sendo que há vários sabores! Hummm!
Casas típicas da Alemanha

Parte da muralha na qual se pode andar



Os Schneeballen

Um museu interessante e curioso pra visitar é o Kriminalmuseum, que exibe diversos instrumentos de tortura, os quais de fato foram utilizados. Alguns curiosos: havia diversos tipos de máscaras de ferro que as pessoas tinham que usar como castigo, por exemplo, as fofoqueiras, os mentirosos e cada máscara representa bem aquilo que se está repreendendo (dos mentirosos, os narizes eram bem compridos); para os bêbados, havia um barril, que eles deviam "vestir" e andar pela cidade; para os músicos que não tocassem bem, tinha que pendurar no pescoço uma espécie de corneta de ferro; os padeiros que não fizessem pão direito eram postos numa espécie de jaula, a qual eles mergulhavam na água para meio que afogá-los por alguns minutos...e assim por diante. Achei divertido! Enfim, foi uma tarde deliciosa. Tschüss.

Uma das máscaras que eu falei

domingo, 14 de setembro de 2008

Era uma vez um castelo...

Havia chegado o momento que eu tanto esperava: visitar o castelo que serviu de inspiração para Walt Disney, o famoso Neuschwanstein! Mas aquilo que deveria ser o dia perfeito, deixou bastante a desejar, de modo que minha visita ficou bastante comprometida. Como saí novamente de madrugada e no dia seguinte tinha feito um dia lindo de sol, vesti roupas leves e fui para a minha aventura. Mas logo no caminho percebi o dia horrível que iria fazer: frio e chuva!!! Só que eu não tinha escolha, pois no dia seguinte já ia embora.


Cheguei na cidade de Füssen, que fica a 2 horas de Munique, e peguei o ônibus até o local onde vendem os tickets para os castelos. Existem 2 castelos: o Neuschwanstein, construído para o rei Ludwig II, mas que não viu a obra terminada pois morreu misteriosamente; e o Hohenschwangau, o amarelinho. Você pode visitar os dois, mas eu só visitei um por causa do tempo. Quando você compra o ingresso, aparece o horário que você deve estar no portão principal para iniciar a visita; se você não estiver presente naquele horário, dançou...vai ter que comprar outro ticket. Para subir até o castelo, há 3 opções: carruagem, ônibus ou a pé (mais ou menos 30 minutos de caminhada). Como a chuva estava intensa, peguei o ônibus, só que ele demorou bastante pra sair e quando cheguei lá em cima, saí correndo que nem uma desesperada pra chegar até o castelo (quando você vai de ônibus, ele pára um pouco longe, cerca de 15 minutos a pé), pois estava no meu horário. A visita você faz com os audioguias e é proibido tirar fotografias, embora sempre tenha um espertinho que dê uns clicks aqui e acolá. Eu preferi ser educada e respeitar as regras (portanto, quem quiser saber como é o castelo por dentro, terá que vê-lo pessoalmente). Só para resumir, você realmente sente num conto de fadas!!! Muito, muito lindo.

Schloss Hohenschwangau

Ponte Marienbrücke
Riozinho debaixo da ponte
Terminando a visita, fui aproveitar para tentar curtir a parte externa e a paisagem, mas confesso que estava bem difícil: chuva o tempo todo, um frio de matar, meus pés congelando (estava de sandália melissa), guarda-chuva numa mão e câmera na outra...sem falar que o único lugar que você consegue tirar boas fotos do castelo por inteiro é na ponte Marienbrücke. Havia uma pequena multidão de guardas-chuva, o que dificultava apreciar a paisagem. E pra conseguir que alguém tirassem uma foto minha? A primeira moça cortou o castelo, focalizou mais a ponte que o resto; a segunda até que tirou bem, mas não era aquilo que eu queria. Paciência, né? Enfim, as fotos não ficaram muito boas, mesmo porque havia muita neblina e eu fiquei muuuuito frustrada. Todos os outros dias foram ótimos, tinha chovido e parado logo em seguida, mas justo naquele dia tinha que cair o mundo? Quase chorei de desgosto. Mas ok, ficou uma desculpa pra eu voltar! Tschüss.

sábado, 13 de setembro de 2008

Salzburg (Áustria)

Sábado fui conhecer a cidade do Mozart, Salzburg. Madruguei para pegar o trem das 6h21, pois queria aproveitar bastante o dia, já que iria fazer apenas um bate e volta (Salzburg fica a 2 horas de Munique). O dia estava lindo e ensolarado, melhor impossível. Assim que cheguei na estação, fui logo pegar o mapa na Informação Turística e comecei a desvendar a cidade. Primeira parada: o encantador Schloss Mirabell, com seus jardins floridos e a vista do castelo ao fundo. Infelizmente, a câmera não conseguia retratar a beleza daquele lugar, mas eu tentei tirar as melhores fotos possíveis.

Schloss Mirabell e o castelo ao fundo

Depois, segui rumo ao centro da cidade e para alcançá-lo, você atravessa o rio de cor esverdeada, muito bonito, por sinal. O legal do centro de Salzburg são as milhares de "gasses" que existem por lá (pequenos becos), sendo a mais famosa a Getreidegasse. Visitei a imponente catedral, vi uma apresentação de rua de música típica e comecei a longa subida para o castelo. Para os mais preguiçosos, há um bondinho que te leva até lá em cima, mas recomendo ir a pé para apreciar a paisagem e fazer um pouco de exercício! Depois de muito esforço, cheguei! Numa das partes do castelo, você recebe um audioguia para fazer um tour, o qual te leva até o topo da torre, de onde se tem uma vista incrível da cidade. Pedi para um senhor alemão tirar uma foto e ele perguntou de onde eu era (tudo em alemão...pelo menos isso eu sei falar!). Quando disse que eu era do Brasil, adivinhem a primeira coisa que ele disse? Ronaldinho (ah, fala sério!!!).

Getreidegasse

Mais tarde, fui visitar alguns pontos relacionados ao Mozart, como a casa onde ele nasceu e a praça com uma estátua dele e terminei o passeio dando uma volta pelas margens do rio. Foi um dia bastante proveitoso. Tschüss.

Humm...chocolates

PS: pra quem não sabe, o filme A Noviça Rebelde foi filmado nos arredores de Salzburg e há diversos tours que percorrem os cenários do filme. Vontade até dá, mas o problema é o preço...uma média de 35 euros!

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Dachau e outros pontos de Munique

O dia amanheceu cinzento e nublado, bem propício ao passeio que eu iria fazer: visitar o campo de concentração de Dachau, o primeiro de todos e tido como modelo para os posteriores. Logo na entrada, há aquela famosa frase "Arbeit macht frei" (O trabalho liberta) e assim que você põe os pés nesse lugar, já começa a sentir um desconforto e uma angústia, que vão aumentando conforme você vai visitando certos lugares bem como tentando voltar no tempo e imaginar tamanha atrocidade. Algumas pessoas não conseguem controlar o choro...eu não consegui sair de lá sem derramar algumas lágrimas. A parte do crematório, cuja visita recria o percurso que os presos faziam, desde a sala de desintoxicação, passando pelo banheiro onde soltavam o gás, até os fornos, foi a mais marcante pra mim, principalmente na parte externa, onde há túmulos em homenagem aos mais de 43.000 mortos que tiveram esse triste fim. Um passeio amargo que deve ser feito para que assim as pessoas sempre se lembrem até que ponto pode chegar a crueldade humana.



Deixando de lado a tristeza, visitei outros pontos bacanas de Munique: o Olympia Park, construído para as Olimpíadas de 1972 (novamente um episódio sombrio marcou essa data: atletas israelenses acabaram mortos por membros de uma organização terrorista palestina), onde há uma torre de mais de 180m de altura, da qual se tem uma vista incrível de Munique; o BMW-Welt ou o Mundo BMW, que fica ao lado do Olympia Park, bacana para os aficcionados por carros, o que não é o meu caso (apesar que eu gostei bastante do que vi por lá!); e o Schloss Nymphenburg, um palácio cuja fachada é mais extensa que a de Versailles. Como cheguei um pouco tarde demais, visitei apenas o jardim, enorme e lindo. Tschüss.

Olympia Park e a torre que eu subi

Estádio do Olympia Park

BMW Welt

Tiko, escolhi esse pra você me dar de aniversário

Schloss Nymphenburg

Se vocês soubessem o sacrifício que foi tirar a foto com o cisne...

** Dicas **
Se você for a Munique e quiser visitar o campo de concentração, compre o Day Ticket (custa 6,70 euros, pois Dachau é outra zona) e aproveite para conhecer no mesmo dia locais mais distantes como o Olympia Park e o Schloss Nymphenburg (este último acessível de tram, o que torna o passeio mais divertido ainda)!

Mais sobre Munique

O segundo dia amanheceu chuvoso e resolvi visitar o Deutsches Museum, um museu gigantesco de ciência e tecnologia, simplesmente fantástico e interessantíssimo. Fiquei mais ou menos 3 horas no museu e não consegui ver tudo. Se nós tivéssemos um museu assim em São Paulo, na época do cursinho, eu iria cada dia num setor para estudar e ver as coisas funcionando na prática. Muito mais fácil pra aprender e muito mais divertido! Tem o setor dos transportes, da física, da química, da ótica, da engenharia e por aí vai...sem falar que em horários determinados, eles fazem algumas demonstrações (pena que descobri isso no final). Eu vi uma sobre raios muito bacana, só que não entendi nada pois era em alemão.
Deutsches Museum


À tarde, fui passear no famoso Englischer Garten, o maior parque urbano do mundo (nesse dia estava bem vazio, por causa do tempo, mas ele costuma ficar lotado no verão). Como estava cansada e com os pés detonados, não consegui conhecer o parque todo, mesmo porque eu me perdia toda hora! No meio do parque tem aqueles famosos Biergarten (jardim da cerveja) assim como passa uma avenida e tem até ponto de ônibus. Fiquei com inveja do pessoal andando de bicicleta...aliás, não só em Munique, mas na Alemanha toda pra onde você olha há bicicletas. Perto das praças, você vê milhares estacionadas!! Ah, e tinha umas trilhas especiais no parque para o pessoal cavalgar (tinha uma galera andando a cavalo). Que delícia! Tschüss.

Englischer Garten



Hofgarten (entrada sul para o Englischer Garten)

Biergarten

As bicicletas