Mapa da Alemanha

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Triberg

Um dia desses minha mãe tinha comentado sobre uma cachoeira, aqui na Alemanha, que estava completamente congelada. Eu fui pesquisar sobre ela, vi que ficava no meio da Schwarzwald (Floresta Negra), um lugar que eu queria ir e perguntei para mim mesma: Por que não? Fui sozinha mesmo!


Chegando lá, reparei que muitas lojas e restaurantes estavam fechados (era uma terça-feira), parecia que não tinha ninguém na cidade. Achei estranho e fiquei preocupada, pois onde eu iria comer? Fui então procurar o hostel que eu tinha visto pela internet, cuja distância da estação do trem até lá dava 45 minutos a pé, já que não tinha ônibus. Não me pareceu nada absurdo, por isso não me preocupei. Mas no caminho para o mesmo, descobri que tinha que subir A ladeira e foi trash! Para minha alegria, descobri que o check-in era somente a partir das 17h e nisso eram 13h!!! O que fazer? Vou descer até o centro, passar no supermercado para comprar minha janta e visitar a cachoeira.

Chegando na cachoeira, que por sinal é a maior da Alemanha, percebi que ela não estava mais congelada, mas ainda era possível ver algumas partes congeladas. Você só podia visitar a primeira plataforma, pois as demais estavam interditadas em função das trilhas estarem cobertas de gelo, escorregadias e muito perigosas. Mas valeu a pena...fiquei um bom tempo observando a queda d'água, apreciando a natureza, sentindo a paz daquele momento (eu estava sozinha no local). Depois, dei uma volta pela minúscula cidade e resolvi ir até o hostel e ficar esperando na recepção mesmo. E lá vou eu subir aquela ladeira de novo!


Parte interditada (coberta de gelo)

Parte da ladeira

Hostel

Passei a noite no hostel (eu era a única hóspede!!!) e no dia seguinte fui de novo até a cachoeira, pois o meu trem iria demorar para passar e eu tinha que fazer hora. Descobri que essa cidadezinha funciona mais durante o fim de semana (no inverno, claro), que é quando há várias excursões para lá e os restaurantes e lojas ficam abertos. Mesmo assim, não me arrependi de ter ido, mesmo porque essa foi a última viagem antes do mochilão. Que triste...está acabando. Tschüss.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Auschwitz

Auschwitz fica a 1h de ônibus de Cracóvia. Seguindo a indicação de várias pessoas, compramos um tour guiado para conhecer melhor o campo de concentração. Valeu a pena, pois a guia sabia contar a história de um jeito tão impactante que não tinha como você não se sentir mal. Sinceramente, não há palavras para descrever aquilo que eu vi e senti. A neve e o frio contribuíram para tornar a visita mais angustiante. Como as pessoas suportaram aquele frio?

Quem ultrapassasse a placa, era baleado

Antigo crematório

Local onde o comandante nazista de Auschwitz foi enforcado


Dentro das construções era proibido tirar foto e eu resolvi respeitar. Tem uma parte que é chocante, onde você pode ver todos os pertences das pessoas que ali morreram, tendo inclusive um tanque cheio de cabelos, os quais eram raspados e usados para fazer os colchões onde os judeus dormiam.


Existem dois campos: Auschwitz e Auschwitz-Birkenau. Este último é imenso e tem aquele famoso portão de entrada do trem que aparece em todos os filmes relacionados com este tema. Juro que eu não tinha a menor noção de que o lugar era gigantesco. Mesmo estando lá, vendo com os meus próprios olhos, eu ainda não consigo acreditar que tamanha atrocidade aconteceu. Seres humanos sendo tratados como coisas, porque nem animal a gente trata tão mal. Vergonhoso e muito triste! Tschüss.
Auschwitz-Birkenau



**Curiosidade**
Uma vez, o pai do namorado da Paty nos contou que na época de Hitler, os alemães tinham que comprovar que não tinham nenhum vínculo com judeus em até 6 gerações passadas. Imagine compilar informações de seus tatataravôs só para comprovar que você não tem nenhum laço judeu na família? Não dá pra acreditar!

Cracóvia (Polônia)

Sempre tive vontade de ir para Cracóvia, na Polônia, porque ali perto fica Auschwitz, o pior campo de concentração de todos os tempos e também porque assisti aquele filme, A Lista de Schindler (triste, mas muito bonito), que se passa em Cracóvia. Fomos eu e a Paty. Voamos com uma companhia aérea húngara (Wizz Air), cujo avião é rosa (que brega!).

Quanta neve!

Chegando lá, fiquei maravilhada: neve, muita neve...de afundar o pé! E dessa vez eu consegui ver os floquinhos de neve...que bonito! A cidade é bonita e tem todo o seu charme: muitas igrejas (o papa João Paulo II foi arcebispo em Cracóvia e nasceu em outra cidade ali perto); um castelo (Wawel), onde há uma gruta que dizem ter sido habitada por um dragão, mas que não pudemos visitar pois não fica aberta no inverno; uma das maiores praças medievais da Europa (Rynek Glówny); os restos da fortaleza que protegia a cidade; e o bairro judeu (Kazimierz), um pouco sombrio.

Praça principal

Antigo mercado
Antiga muralha
Castelo Wawel


Detalhe no cano

Caverna do Dragão



O bom das cidades do leste europeu é que as coisas são muito baratas e você pode aproveitar e comer comida e não lanches fast food. Fomos num restaurante indicado pela menina do Hostel (muito bom por sinal - Flamingo Hostel, onde, adivinha só, encontramos brasileiros, só pra variar um pouquinho) e o lugar era muito agradável, mas o difícil foi entender o que eles diziam. Escolher a comida foi fácil porque tinha menu em inglês, mas quando o prato estava pronto, a moça dizia o nome do prato e as pessoas iam buscar. Eu e a Paty ficamos de olho no menu, que tinha os nomes dos pratos em polonês, pois assim que ela falasse nós iríamos entender. Quem disse? Ela berrou um monte de vezes e ficou olhando para a nossa cara e depois de um tempo deduzimos que era o nosso prato. Mas juro que o que ela falou não era nada parecido com o que estava escrito! Foi engraçado. Por outro lado, foi bem frustrante não entender absolutamente nada do que eles diziam e não conseguir nem dizer por favor, obrigado, adeus...
Restaurante que comemos

E quando decidimos ir ver a fábrica do Schindler? Foi um sufoco, pois ninguém na rua fala inglês (e quando dizem que falam, no meio da conversa começam a falar em polonês) e parece que ninguém sabia onde ficava, o que eu achei estranho, pois Schindler fez parte da história da cidade. Mas depois de quase desistir, encontramos o local que em breve será um museu. Fiquei emocionada de ver a fábrica e fiquei pensando na coragem desse homem em ajudar os judeus. Não é qualquer um que faria isso. Porém, ele não foi o único e deixo aqui minha admiração por todos aqueles que se arriscaram durante o Holocausto. Tschüss.
Antiga fábrica de Oskar Schindler

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Neues Jahr im Bonn

Dia 27/12 voltei de Porto e no dia seguinte fui para Düsseldorf, na casa da amiga da Paty, onde ficamos dois dias. Deu para conhecer um pouquinho da cidade e passar muito frio. Nesses últimos dias do ano, eu passei muito frio, de achar que não ia aguentar de tão insuportável e doloroso que era. Horrível!

Düsseldorf


Depois, o namorado da Paty foi nos buscar e, pela primeira vez, andei na famosa Autobahn a 200km/h. É muito emocionante! Mas o melhor é ver como as coisas funcionam bem por aqui: a pista da esquerda deve sempre estar livre e toda vez que um carro se aproxima, o carro da frente automaticamente vai para a pista da direita. Quem quer correr, não precisa dar pisca ou farol alto para o da frente sair, e todos respeitam essa regra. Fomos para Bonn, na Alemanha, onde passei o Ano Novo na casa dos pais do namorado dela. E que casa (enorme, toda organizadinha e super decorada...uma graça)! O gostoso de ter ficado lá foi que como eles só falavam alemão, eu pude treinar um pouco o ouvido, porque falar ainda não dá.


Bonn era a antiga capital da Alemanha Ocidental, na época em que a Alemanha era dividida. A cidade é muito bonita e há ainda vários prédios governamentais. A cidade é famosa por causa de um dos seus ilustres filhos, Ludwig van Beethoven, cuja casa onde ele morou nós visitamos; conheci também a Universidade de Bonn, que fica num antigo castelo barroco, enorme e muito bonito. Nesta cidade, há muitas casas que possuem umas bandeiras e uns brasões, o que indica que são fraternidades acadêmicas. Uma vez membro delas, você deve contribuir pro resto da vida.
Rathaus de Bonn
Casa de Beethoven
Universidade de Bonn

Fraternidade


Outra coisa curiosa que vimos foi um grupo de crianças vestidas de Reis Magos. Aqui, é costume todos os anos os Sternsingern (cantores da estrela) percorrerem as cidades alemãs e escrevem nas portas das casas “C+M+B” assim como o número do ano. As letras correspondem à frase em latim "Christus mansionem benedicat" (Cristo abençoe esta casa), e ao mesmo tempo corresponde às iniciais dos três Reis em alemão: Caspar, Melchior e Balthasar. O dinheiro arrecadado é destinado a crianças carentes em todo o mundo. Nós pedimos para tirar uma foto e demos uma moedinha e imediatamente eles começaram a cantar. Muito fofo!





Mas o que eu mais gostei foi poder andar sobre o lago que ficou totalmente congelado!!! No começo deu um pouco de medo, mas depois que eu vi que todos estavam patinando, brincando, pulando, eu fiquei mais tranquila e me diverti bastante. Achei até um papel de bala no meio do lago congelado (alemães porquinhos!).






O Ano Novo foi bom, mas um pouco diferente: a ceia foi muito boa (usamos um Raclette, uma espécie de grill, onde se costuma grelhar queijo, batata, legumes e comê-los com pão), mas a contagem regressiva foi um pouco incomum e fria (nos dois sentidos). Todos vão para às margens do rio Reno, com suas garrafas e seus próprios fogos de artifício e quando dá meia-noite começam a soltá-los de um modo bem desorganizado (você tem que ficar esperto para não ser atingido!). Eu achei que teria um grande show de fogos, mas pelo menos foi melhor do que Paris, que nem fogos teve! Como o frio é muito intenso, depois da virada vão todos para a balada, curtir o resto da noite. Ah, descobri que os alemães não tem nenhuma canção de final de ano (Adeus Ano Velho, Feliz Ano Novo...) e quando eu e a Paty cantamos, eles ficavam olhando com uma cara de interrogação. Enfim, foi legal, mas em 2009 quero passar na praia, no calor!!! Tschüss.